Olhando o Futuro

Olhando o Futuro

COM O “NOVO NORMAL”,  PRECISAMOS DE UM BRASIL ADOLESCENTE!

O que você enxerga olhando para o futuro ?

A chegada do COVID-19 representou e ainda representa um desafio global com relação à forma como os governos, as empresas e os indivíduos se relacionam nos diversos segmentos da sociedade, desde a circulação das pessoas, as preferência no consumo, as demandas na saúde, na área de educação e etc.,  impondo à economia global um dilema e uma correlação inversa entre as ações do governo para “achatar a curva” de infecção e a profunda ruptura econômica não desejada, causando sequelas profundas na maneira como as pessoas vivem, na maneira como o governo atende seus cidadãos e como as empresas operam e se integram.

Talvez as coisas nunca mais sejam as mesmas, e isso é bom e ruim ao mesmo tempo.

A pandemia nos trouxe a chance de passar de uma economia em crescimento para uma economia baseada em valores, bem como o desafio de superar a estagnação e saciar a fome de recuperação financeira, salarial, operacional que a maioria da população e das empresas enfrenta.

Muitas questões ainda estão em aberto e causam notável apreensão e muitos dilemas. Não temos ainda uma vacina, não temos um protocolo eficaz de tratamento, e ainda corremos o risco de recorrências. Ficamos por ora, rezando pela eficácia da imunidade de rebanho, pois é o que temos para hoje.

A ”inovação” já é a bola da vez, embora as tecnologias que estão sendo mais usadas já estivessem à disposição. Não se trata de inovar com recursos tecnológicos apenas, mas inovar principalmente o costume, mudar a Cultura, não pelo amor, mas pela dor.

O problema que temos nas mãos, é que a maioria das empresas brasileiras de pequeno e médio porte mesmo antes da pandemia sequer discutia sobre o seu papel, a sua missão, seus valores e propósito. Muitos administradores destas empresas inclusive são formados pela escola da vida. Pensar então em mudar à toque de caixa sua cultura, suas operações e ainda ter que aceitar e compreender um novo book de riscos poderá ser uma difícil missão, até porque demanda caixa e esta já se esgotou na quarentena. Pedir empréstimo para as financeiras pode ser uma saída se tiver garantias a oferecer, do contrário, as portas permanecem fechadas.  Querem e percebem que devem mudar para sobreviver, mas muitos, senão milhares não conseguem ou não vão conseguir mesmo com a reabertura total da economia.

Até mesmo para as empresas de grande porte já não é fácil automatizar processos nem transformar uma venda física em uma venda pelo e-commerce, e muitas na pandemia já fecharam suas portas. Não podemos esquecer que o Brasil ainda tem empresas 2.0, onde mudar representa custo. Imagine então o pequeno e médio empreendedor. Mudança estrutural e tecnológica demanda recursos, preparo, conhecimento de insumos e de leis que impactam o “novo negócio”. Não é todo mundo que entende o que é cyber risk, meios de pagamentos, tributação do comércio eletrônico, redundância e etc. É necessário mudar o mindset e preparar os bolsos. E isso não é lá uma tarefa fácil.

Com relação ao trabalho remoto o mesmo já era regulamentado e “autorizado” para alguns, hoje foi massificado para garantir a sobrevivência do negócio. Para o retorno em breve, as empresas já estão correndo para organizar seus espaços, garantindo o espaçamento entre mesas ou até mesmo autorizando o home office total até o final do ano ou em alguns casos, forever. Isso também representa uma mudança, e também causa desconforto.

De fato, o home office não é acessível, confortável, nem compatível com a realidade de vida ou até de estrutura de todos. Para quem tem um escritório reservado e somente precisa  de um acesso de internet banda larga para trabalhar e um notebook é uma maravilha, pois pode trabalhar sem o desgaste das horas com o deslocamento até o trabalho. Mas há os que estão hoje trabalhando da sala de jantar, no meio das caixas de brinquedos dos filhos e do lado da cozinha, roteando a internet do celular. Para uns, existe até o aumento da produtividade e para outros, uma queda no rendimento ou um grande aumento no stress, principalmente para o público feminino. Infelizmente, nunca vamos ter uma solução que agrade a gregos e troianos.

Temos também outras mudanças, como no comportamento do consumidor.  Na Era da Internet, muitos consumidores já comparavam os preços antes de realizar qualquer compra e impunham seus desejos às fornecedoras. E este consumidor está ganhando cada vez mais corpo em razão da pandemia, englobando novos entrantes de outras gerações e que preferiam antes, comprar pessoalmente em lojas físicas, pressionando as lojas físicas, acerca da necessidade de virtualizar seu negócio para ontem. Sorte de quem já estava preparado para esta demanda, como é o caso das lojas Marisa.

A pandemia global e a quarentena impactou tudo e a todos. Nisso ela foi democrática. Mostrou que a crise sanitária não estava mapeada devidamente pelo Compliance e que a Política de Contingência e de Continuidade da empresa precisa ser atualizada levando-se em consideração o risco biológico de vírus e bactérias. E, que o mundo precisa diversificar seu fornecedor, para reduzir seus riscos. A China parou e o mundo foi parando literalmente, à medida que  o Covid19 foi ultrapassando fronteiras.

Passados alguns meses, as economias começam a dar sinais de abertura lenta e gradual. A recuperação da economia além de lenta, infelizmente será feita de forma desigual. As nações e seus governantes serão muito cobrados nesta fase de recuperação e precisarão encontrar saídas viáveis, em termos de Política de  Segurança Nacional, de Saúde Pública; de Infra Estrutura e de Tecnologia, de treinamento e capacitação da mão de obra da população economicamente ativa e de Educação.  Muitas outras mudanças certamente virão, e quem se adaptar melhor, enxergar oportunidades sairá na frente.

Talvez um dos aspectos mais polêmicos, e que mais expõe a falta de um pensamento estruturado de políticas de Estado em nações que se encontram no estágio de “desenvolvimento”, como é o nosso caso, seja o fato de termos administrações que governam por mandato, sem a existência de um programa devidamente integrado e coeso. E isso torna o Brasil bem menos competitivo, perdido em suas lutas internas pelo poder, como uma criança que só olha o próprio umbigo e não consegue levantar a cabeça para enxergar e aproveitar as oportunidades do entorno.

A única Política de Estado apartidária neste país e que se manteve no longo prazo foi a da criação do Real há pouco mais de um quarto de século. Tirando isso, praticamente nenhum outro grande passo foi dado em termos de Política de Estado nas áreas de Educação, Saúde Pública, Alimentos, Desenvolvimento Tecnológico, dentre outros. Precisamos que o Brasil aproveite, se conscientize e inove, caminhando como um adolescente para aproveitar as oportunidades como nação nova que é.

Temos ainda uma População Jovem. Somos um país Democrático. Somos um país Continental. O celular já está em muitos lares familiares e temos internet aberta em vários locais públicos. Cursos on line gratuitos pipocaram nesta Pandemia, mas apenas uma pequena parcela pode usufruir de uma banda larga que permita o usufruto de toda esta Oferta.

Acredito no Poder da Colaboração, no Poder Disruptivo Integrador  e sobretudo Conscientizador das novas tecnologias.

Temos muitos problemas, mas  sigo confiante!!    E você ? pensando no futuo, o que você enxerga ?